OS ATORES DE PORAMÉRICA FALAM DO PROGRAMA

A opinião de todos os atores é importante, em um programa como PorAmérica, do qual participaram fundações empresariais e organizações de base de seis países, junto com a RedEAmérica - a rede temática que impulsiona o desenvolvimento de base na região, com o BID – FUMIN e com o Consórcio para o Desenvolvimento Comunitário da Colômbia, que foi o organismo executor do programa. Aqui você poderá saber mais!

UMA EXPERIÊNCIA COM A QUAL TODOS NÓS CRESCEMOS: A PERSPECTIVA DAS FUNDAÇÕES

A contribuição para as organizações de base

Se as fundações conseguiram se beneficiar com as oportunidades que o programa criou, segundo os diretores, as organizações também tiveram progressos significativos. Para Armando Casis, gerente geral da Associação UNACEM, no Peru, as organizações “obviamente amadureceram com a aprendizagem, o acompanhamento realizado, o monitoramento, a avaliação, a gestão dos projetos. Tudo isso lhes permitiu crescer. Eu sei por exemplo da ECOREC, que é uma organização que vem trabalhando com a gente durante muitos anos. Com o programa ela cresceu, é hoje uma organização mais amadurecida; nem todos chegaram no nível que ela chegou, mas acho que todos são capazes disso. As mães dedicadas à construção também avançaram bastante nesse tema, cresceram e esperamos que elas tenham o mesmo sucesso na gestão dos projetos”.

Velasco também está muito satisfeito: “Conseguimos com este programa coisas que antes não era possível. Por exemplo, organizações que desenvolveram muito bem o sistema de comercialização, que atualmente estão produzindo e exportando, como é o caso dos artesãos de marfim vegetal. Foi possível também, com as tecedoras de palha toquilla, racionalizar o processo e aumentar tangivelmente a produção e consequentemente a renda. Vemos aqui resultados quantitativos, tangíveis, numéricos, comprováveis, medíveis, mudanças no sistema de produção, nos processos produtivos, além dos importantes impactos na renda familiar”.

Tatiana Nogueira destaca a capacitação para a geração de renda e comercialização: “Normalmente nos projetos que fazemos aqui no Brasil nunca trabalhamos profundamente o tema de geração de renda, entretanto aqui neste programa isso foi possível. Temas que em alguns momentos foram muito difíceis para as organizações, mas que agora todos olham os resultados e veem a importância deles para os projetos”. Igualmente ressalta o envio direto dos recursos para as organizações:” Neste programa, todos os recursos foram para as organizações, por isso elas tiveram que crescer muito em relação a esse assunto, receber recursos, prestar contas, levar em conta a ética, a transparência; acho que esse ponto também é muito importante”.

Beatriz Mejía vê de outro ângulo: “Eu não acho que um só programa ajude a levar uma organização para o outro lado. O que ajuda é a permanência, a participação de um processo onde exista muitas ações que o reafirmem. No nosso caso, tanto Fresota, como a Asoprocaña e a Asofrumon, as três demostram que aumentaram a renda, que é um dos indicadores de sucesso do programa. Mas é preciso que sejamos conscientes de que todas elas tiveram processos de acompanhamento prévio e continuarão tendo”.

E complementa: “Eu diria que para as organizações tem sido muito proveitoso o coaching comercial, tem sido um exercício muito importante e uma boa ação de PorAmérica, algo que não se encontra tão facilmente nos programas de fortalecimento de ODBs e de maneira tão explícita. Eu acho que a análise da vinculação dessas organizações aos mercados foi uma das coisas mais importantes do programa”.

E na perspectiva do fortalecimento interno, Andrea Schettini comenta: “Eu acho que o programa ajudou a que muitas se organizassem internamente; o fato de poderem analisar o papel e a função que cada um tem dentro da organização, de poderem trabalhar nas diferentes fases da produção, comercialização, venda, registro. Muitas capacidades foram incorporadas; com a complexidade com a que produziam as planilhas, os relatórios, a prestação de contas, que não era nada fácil. Foi muito difícil no princípio. Mas por outro lado finalmente ajudou a organizá-las”.

Ganhos no futuro

Finalmente PorAmérica passará, mas ficaram muitas lições e perspectivas abertas para as fundações. É o caso das fundações da Argentina, onde as três fundações participantes se associaram para acompanhar em conjunto os projetos, decidiram montar uma iniciativa para dar continuidade ao trabalho de PorAmérica.

“Nós criamos no final do ano passado um fundo e um programa que se chama Gerar, que foi lançado neste ano com a ideia de continuar com o que foi trabalhado com PorAmérica, com o acompanhamento de projetos de geração de renda e com um componente que se está trabalhando muito agora na Argentina com as empresas, que são as compras inclusivas e os negócios inclusivos. Trabalhamos com um enfoque sobre o fortalecimento e acompanhamento das organizações, mas também com a ideia de incidir em outras companhias para que essas organizações da economia social possam entrar como fornecedores e possam oferecer serviços ou produtos para as empresas”.

Na Fundação Smurfit Cartón da Colômbia, o programa também motivou planos futuros: “Nós estamos pensando no próximo ano reforçar muito mais o tema do marketing, é algo que vamos incluir na nossa estratégia. PorAmérica mostrou para a Fundação os benefícios deste tema. Além disso, acho que devemos adquirir a rotina da sistematização. Assim que pegaremos essa metodologia e continuaremos replicando como uma constante nos programas que tivermos”.

Armando Casis resume o esforço: “Para a gente é muito satisfatória esta experiência que tivemos com a RedEAmérica, o Banco Interamericano, as entidades acompanhantes, as organizações de base. Este programa, que já está terminando, permitiu que as organizações de base tivessem acesso aos recursos, aprendessem a administrar os projetos, realizar relatórios de prestação de contas e, de forma geral, para nós como entidade acompanhante também tem sido uma experiência muito interessante ter acompanhado o crescimento destas organizações e eu diria que também o nosso”.

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