OS ATORES DE PORAMÉRICA FALAM DO PROGRAMA

A opinião de todos os atores é importante, em um programa como PorAmérica, do qual participaram fundações empresariais e organizações de base de seis países, junto com a RedEAmérica - a rede temática que impulsiona o desenvolvimento de base na região, com o BID – FUMIN e com o Consórcio para o Desenvolvimento Comunitário da Colômbia, que foi o organismo executor do programa. Aqui você poderá saber mais!

DESAFIOS DO DIA-A-DIA: A PERSPECTIVA DOS COORDENADORES TÉCNICOS

Os acertos de PorAmérica

Apesar de que também surgiram dificuldades em outros aspectos do programa, eles encontraram grandes benefícios. “Em termos gerais –disse Didier- os objetivos foram alcançados. As Organizações e as Entidades Acompanhantes que tinham as funções de assessorar e de capacitar, cumpriram com elas”.

Wanda Rosa lembra que “na semana em que realizamos as visitas de intercâmbio, eu escutei depoimentos belíssimos, de representantes de organizações falando das mudanças, das transformações que ocorreram na organização. Tenho certeza de que essas organizações foram transformadas, talvez não tanto como o BID - FOMIN queria, mas a renda de algumas melhorou, houve uma melhoria”.

Ela mesma relata o caso de uma organização cujo projeto era a produção de peixes em tanques-redes, que necessitava de uma licença ambiental. Quando eles apresentaram o projeto, a entidade responsável lhes informou que iriam obter a licença, só que depois, quando o projeto foi aprovado, solicitaram a licença, mas não a deram.

“Essa organização não conseguiu implementar o processo produtivo, mas em termos de fortalecimento de capacidades coletivas, é impressionante como progrediu. Hoje ela faz parte de uma câmara setorial do pescado do estado de São Paulo. O empoderamento dessa organização é incontestável”, comenta Wanda.

Para Didier um acerto muito importante foi o fortalecimento da articulação entre fundações, organizações de base e outros atores locais (governos locais, ONGs, empresas). “Isso facilitou o desenvolvimento dos projetos e de alguma maneira criou laços para a continuidade do acompanhamento das organizações”, acrescenta. Comenta também que: “Apesar das dificuldades que tivemos, com os procedimentos, com os manuais e com os formatos e tudo isso, há algo interessante. É que as organizações, por exemplo, falavam, nos eventos que tínhamos: “Veja, tudo isso que vivemos com o BID- FOMIN foi difícil em termos administrativos, mas agora nós estamos preparados para qualquer projeto”.

O que melhorariam?

“Temos que desenhar procedimentos internos mais simples, efetivos, mínimos, - comenta Didier- para que possamos fazer o acompanhamento e a avaliação de forma correta. Eu acho que é preciso fortalecer o acompanhamento neste tipo de projetos. Segundo os pontos de vista da Entidade Acompanhante e da Unidade Executora, deve ser realizado um acompanhamento operacional”.

Em relação aos critérios de seleção, Wanda Rosa explica: “Eu seria mais enfática, acho que deveríamos deixar bem claro quem pode participar e quem não, se a organização não tiver experiência não pode participar, porque isso entorpece o andamento do projeto, isso dificulta o caminho da própria organização, porque ela está em outro nível de crescimento que o programa exige”.

“Outra coisa importante –menciona Wanda Rosa- seria a possibilidade de que o Coordenador Técnico visitasse as organizações, que estivesse mais perto, com visitas de campo, poder ir lá e conhecer, falar dos problemas, orientar em relação às dificuldades, pelo menos umas duas ou três visitas durante todo o programa”.

Didier é conclusivo: “Eu continuo sem dúvida alguma acreditando no enfoque de desenvolvimento de base, da geração de capacidades. Mas também sinto que a gente, desde o lado fundacional, temos que prestar mais atenção nos negócios das organizações. Às vezes a gente vê que o grande valor da organização é o capital social, os s laços de solidariedade, de cooperação, a participação na democracia. Mas acho que temos que começar também a perder o medo da palavra negócio. O negócio e a renda são um tema fundamental e é preciso criar estratégias-chaves para acompanhar esse tema”.

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